O jovem internacional Cédric Soares é o embaixador da Next Level Sports, um projecto que o atleta apadrinha desde o início.
A convicção que os desportistas não devem nunca abdicar dos estudos, leva Cédric a fazer campanha pela conciliação da vida
académica com uma carreira desportiva. Uma forma de garantir o futuro, defende.
1 - Cédric, este ano voltas a ser o embaixador da Next Level Sports. O que te fez aliar a este projecto e aceitar o nosso convite?
Gosto de estar associado a projectos que valorizem não só o plano desportivo, como também os estudos. A Next Level Sports está a
realizar um excelente trabalho, ao proporcionar aos jovens a possibilidade de conciliarem os estudos com a prática desportiva
de alto nível e isso é cada vez mais importante. Daí ter aceite, sem hesitar, voltar a ser o embaixador da Next Level Sports.
2 - Como vês este projeto?
Este é um projecto muito interessante e que deve ser cada vez mais divulgado, pois não é todos os dias que aparecem oportunidades de
conciliar os estudos com a prática desportiva. A conciliação nem sempre é fácil e a Next Level oferece todas as ferramentas para que isso
se torne possível.
3 - É mesmo importante um jogador de futebol apostar nas suas qualificações? Porquê?
Para mim é fundamental um jogador apostar não só na carreira de futebolista, como também nas suas qualificações.
Existe um sem número de razões para que isso aconteça. A carreira desportiva está dependente de muitos factores e um dia podemos estar
a atravessar um grande momento, como no dia seguinte deixarmos de ser opção. Ao termos estudos, temos sempre outro caminho que podemos
percorrer, caso a carreira no futebol não corra conforme planeado. Nem todos os praticantes da modalidade se podem transformar em
futebolistas profissionais e por isso é muito importante termos outras ferramentas para podermos trabalhar o nosso futuro.
4 - Como foi, para ti, conciliar a escola com o futebol de alta competição?
Nem sempre foi fácil, como já referi inúmeras vezes, mas sempre tive bem presente que teria de me sacrificar ao máximo para
conseguir conciliar, durante o maior tempo possível, os estudos com o futebol de alta competição. Acredito que valeu a pena
o esforço e a dedicação que coloquei em ambas as áreas.
5 - Optaste por não concluir um curso universitário, tendo em conta as tuas responsabilidades como futebolista profissional.
Foi uma decisão difícil? Equacionas voltar aos estudos mais tarde?
Nunca é uma decisão fácil deixar para trás uma das áreas em que estamos a colocar muito do nosso esforço e dedicação.
Ainda assim, no momento em que o fiz pareceu-me ser a decisão mais correcta, pois a minha carreira como profissional de
futebol estava a evoluir de forma muito favorável e tive de fazer a opção que me pareceu mais correcta. Não me arrependo.
Um dia, espero que daqui a muitos anos, quando terminar a carreira de futebolista, não ponho de parte a hipótese de regressar
aos estudos, mas é algo que neste momento ainda não me passa pela cabeça.
6 - Achas que em Portugal existem as condições necessárias para os atletas conciliarem o desporto com a prática desportiva de alto nível?
Eu acho que de há uns anos a esta parte se começam a dar mais condições a quem pretende conciliar os estudos com a prática desportiva
de alto nível, mas ainda há um longo caminho a percorrer nessa área.
7 - O que achas que é imprescindível implementar para que os jogadores de futebol mais novos consigam estudar e jogar em simultâneo?
É fundamental que os mais jovens tenham conhecimento dos casos de insucesso no futebol. Nem todos podem ser jogadores profissionais
e infelizmente há muitos casos de jovens jogadores que nunca chegaram a profissionais e que abandonaram os estudos precocemente.
É importante que os mais novos tenham também conhecimento dessas histórias para que não desistam dos estudos.
Por outro lado, se houver um bom entendimento entre as escolas, os clubes e as federações, penso que se podem reunir todas
as condições para que os jovens conciliem os estudos e a prática desportiva.
8 - Como vês o desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos?
De há uns anos a esta parte, o futebol nos Estados Unidos tem-se desenvolvido muito e bem. Eles aproveitaram algumas das estrelas
do futebol mundial para mostrarem o trabalho que têm desenvolvido e isso tem sido muito visível. Acho que estão a fazer um belíssimo trabalho.
9 - Colocas a hipótese de um dia vir a jogar no campeonato norte-americano? Porquê?
Neste momento confesso que não penso nisso, porque estou a actuar numa das melhores ligas de futebol do mundo e ainda quero fazer
muito mais e melhor do que tenho feito até agora. Daqui a uns anos quem sabe.
10 - Que conselhos dás aos jovens que aspiram vir a ser jogadores profissionais de topo?
Em primeiro lugar que tentem ao máximo conciliar os estudos com o futebol, pois quanto mais estudos temos maior facilidade
temos na interpretação do que nos pedem e mais armas temos para rumar para outros países e nos adaptarmos com mais facilidade.
Por outro lado, foquem-se no objectivo que têm, trabalhem muito e, sobretudo, divirtam-se a jogar futebol.
Na vida só alcançamos os nossos objectivos se trabalharmos muito e se tivermos prazer naquilo que fazemos.